Fundarpe homenageia Frei Caneca este fim de semana

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Posted by Ciro Bezerra | Posted on quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Palestras, cortejos e apresentações de grupos musicais integram a programação em memória do aniversário da execução do grande herói pernambucano
Os últimos instantes de vida do carmelita Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca, o Frei Caneca, serão relembrados de maneira festiva neste fim de semana. Palestras, cortejos artísticos e apresentações musicais, organizados pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), em parceria com a Faculdade Maurício de Nassau, prometem atrair o público para as ruas do centro numa homenagem a um dos principais heróis de Pernambuco, executado em 1825.

A programação inicia neste sábado (12), às 10h, no Arquivo Público Estadual, com palestras - abertas ao público - da professora de história Sônia Medeiros e do jornalista e pesquisador do tema, Marcelo Mário Melo. No domingo, 13 de janeiro, data da morte do revolucionário, haverá cortejos partindo de vários pontos do centro, culminando no Forte das Cinco Pontas, local em que o religioso foi executado, em 1825.


CORTEJOS

Às 15h, em frente ao Arquivo Público Estadual, onde no século XVII funcionava a cadeia onde Frei Caneca foi preso, sairá o cortejo liderado pela Orquestra de Frevo de Lurdinha, que também contará com presença da atriz Geninha da Rosa Borges. Na ocasião, ela declamará trechos do Auto do Frade, livro de João Cabral de Melo Neto em homenagem ao inconfidente.

A programação continua às 15h30, quando o Maracatu de Baque Livre Batucada Badia parte da Casa da Cultura junto com o ator Jan Oliveira que vai recitar o poema Caminhos de Frei Caneca, do poeta pernambucano Audálio Alves.

Do Pátio do Terço – local onde Frei Caneca foi desautorado (destituído do hábito religioso) e recebeu a alva dos condenados (roupa branca utilizada na execução) – parte, às 16h, o cortejo do Maracatu Leão de Judá com o ator Manuel Constantino, declamando poemas de autoria do frade. Todas as agremiações vão se encontrar no Forte das Cinco Pontas a partir das 16h30, onde haverá apresentação do bloco lírico Pierrô de São José.

Em seguida, num ato simbólico, os presentes depositarão ramalhetes em frente ao busto construído em memória do revolucionário pernambucano. A programação termina na praça do Arsenal da Marinha, no Bairro do Recife, com uma corrida de munganga de burras, em frente ao Teatro de Mamulengos.


HISTÓRIA

Joaquim do Amor Divino Rabelo nasceu em 1779, na Rua São Jorge, no Bairro do Recife. Recebeu o apelido de Frei Caneca pelo fato de seu pai ser tanoeiro (fabricante de canecas). É considerado como o maior herói do Estado, tendo sido um dos líderes da Revolução Pernambucana de 1817 e participado ativamente da Confederação do Equador, em 1824. Nesta última, desempenhou um papel fundamental ao conseguir a adesão dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba na luta contra o império de D. Pedro I e em favor da instalação de uma república federativa no Brasil. Em 1825, foi preso na Bahia e condenado à morte por enforcamento, pena que não lhe foi aplicada, uma vez que, no dia 13 de janeiro, Frei Caneca foi executado por tiros de arcabuz (tipo de espingarda), no Largo das Cinco Pontas

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