Apesar de descoberto nos anos 80, o vírus T-Linfotrópico Humano (HTLV), da mesma família do HIV, é pouco conhecido pela maioria da população e até mesmo por profissionais de saúde. Para discutir o assunto, a Prefeitura do Recife realiza o 1º Seminário Municipal sobre HTLV.
O evento ocorre, nesta quinta-feira (13), das 8h30 às 17h, no auditório do Brum, no Centro de Convenções de Pernambuco, no Complexo de Salgadinho, em Olinda. A estimativa é que cerca de 230 profissionais da rede municipal, entre gestores, médicos e enfermeiras, participem do seminário. O objetivo é atualizar os profissionais sobre a infecção pelo HTLV.
Dos oito palestrantes convidados, um dos destaques é o neurologista Carlos Maurício da Costa. Pesquisador da Universidade Federal do Ceará, ele falará sobre aconselhamento no pré e pós-teste, além do acompanhamento neurológico de pessoas com HTLV. Paula Loureiro, médica pesquisadora do Hemope, e Ana Cristina Reis, gerente do Laboratório Municipal do Recife, também participam abordando os aspectos clínicos e laboratoriais do HTLV.
Isso pega?
O HTLV pode ser transmitido através das relações sexuais, por meio do compartilhamento de agulhas e seringas, da transfusão de sangue ou da mãe para o filho (pelo canal do parto ou no aleitamento). “Embora o vírus tenha a mesma forma de transmissão que o HIV, é importante destacar que ele não é responsável pela Aids”, ressalta o gerente de Atenção às DST/Aids da Prefeitura, Acioli Neto.
Segundo ele, a infecção pelo HTLV pode predispor seus portadores a algumas doenças. Entre elas, a leucemia/linfoma T do adulto, um tipo de câncer que destrói as células responsáveis pela fabricação de sangue, e a paraparesia tropical espástica, mal que afeta o sistema nervoso, causando paralisia dos membros. Estatísticas indicam que apenas 5% das pessoas infectadas desenvolvem o HTLV, em alguns casos 40 anos após o contágio. Se não tratadas, as complicações causadas pelo vírus podem levar à morte.
Maternidades municipais dispõem de teste para HTLV
Considerando relevante a problemática do HTLV, a Prefeitura do Recife implantou, no início deste ano, a testagem do vírus em gestantes atendidas nas maternidades Barros Lima (Casa Amarela), Bandeira Filho (Afogados) e Arnaldo Marques (Ibura). A finalidade é detectar o agente transmissor nas mulheres que realizam o pré-natal em uma dessas três unidades municipais. Recife é uma das poucas cidades brasileiras a oferecer o teste através do SUS.
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