A ESCOLA PÚBLICA VENCE A VIOLÊNCIA PELA ARTE...

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Posted by Ciro Bezerra | Posted on quinta-feira, 25 de outubro de 2007



A mistificação da Escola Pública nesse País, como sendo um espaço negativo em amplos sentidos, pode ser desmascarada quando percebemos que o Amor ali presente por atitudes de mestres realmente vocacionados a sua função e papel sociais possam mudar um pouco o rumo de tal mito.

Penso que o Espaço Público também é palco da política. O local do intelectual é portanto o espaço público, sem o qual não pode experienciar suas convicções e estimular a criticidade, a criação em crianças cujo desenvolvimento se dá gradativamente desde seus lares até o espaço público de qualquer escola, até mesmo a educação privada, que igualmente deixa a desejar hodiernamente.

E é através de projetos como esses multidisciplinares, que direcionam à arte uma alegria de percepção de mundo, além de ser de uma sensibilidade sem par, também assinala que a educação pela arte, assim como a arte em educação, tida como qualquer coisa que emocione e que toque de verdade, pode indicar as veredas de um novo construtivismo, não tão empírico como o do biólogo Jean Piaget, porém tão humanizado quanto o de Paulo Freyre e tão ajustado à nossa realidade brasileira quanto à preconização de Gilberto Freyre em suas críticas antropossociológico-glotológicas.

A etnicidade no espaço sempre público de qualquer escola que não é uma qualquer, também deve indicar que a construção do saber não se dá apenas pelas intervenções clássicas dos professores, mas que o espaço da arte vivido no espaço da fala dessas crianças as direciona à sensação do mundo artístico pela captação sensorial de tudo o que as rodeia, de tudo o que as faz eternas crianças. Hoje é o dia delas, dia em que na nação brasileira comemora-se, quiçá, o dia da escola, o dia do espaço sempre público, do simbolismo e da concretude de que a educação é possível e plausível de diálogo, apontando, portanto, fatos sociais que edifiquem deveras e sempre ficarão no espaço mnemônico de quem deles participar.

Destarte, ter-se-á cumprido a finalidade da educação e não tão simplesmente a do ato de ensinar por repassar conteúdos simbólicos igualmente neurotizantes. Porque vivemos nesse País um espaço público também da neurose e da alienação cultural. E trocar todo esse delírio coletivo pelo simbolismo da arte em educação pode ser o limiar igualmente necessário a uma melhor saúde mental coletiva.

E justo aqui onde a capacidade de resignificação dos fatos históricos nos parece minimizada pelo próprio espaço público de que tanto precisam os políticos para subsistir. E finalmente, quem os mantém nesse poder que nunca pôde? A resposta ser-nos-ia menos alienada do que esse simples comentário, porém mais psicodélica !!!

Por Sydney Talles. Professor de língua francesa, pesquisador, tradutor e está cursando Psicologia.

RECIFE-PE

Comments (1)

  1. 25 de outubro de 2007 às 13:25

    Sempre bom comentar sobre coisas boas em um blog, principalmente no blog de um AMIGO! Ciro, meu velho, bem vindo ao mundo digital!!
    Abraços!!

    P.S.: Comentando sobre o texto, deve-se sempre dar destaque a iniciativas como esta. Nosso Brasil precisa muito disto!!