Um aviso a quem ainda trata telenovela com certo desprezo: dramalhões ou não, os folhetins movimentam atualmente US$ 70 milhões por ano e alcançam uma platéia de 2 bilhões de pessoas pelo planeta. A informação vem de Mauro Alencar, doutor em Teledramaturgia - Brasileira e Latino-Americana - e membro da Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación (Alaic). Pesquisador da Globo, Alencar representou a emissora, única brasileira presente, no 5º Congresso Mundial da Indústria da Telenovela e Ficção, promovido pelas revistas TV Más e Only Telenovelas, há uma semana, em Barcelona. Eis o que ele nos relata da Espanha:
Quantos países participaram do encontro em Barcelona?
Além da Espanha, é claro, Brasil, Venezuela, Portugal, Áustria, Bélgica, França, Índia, Jordânia, México e Estados Unidos.
O México ainda lidera as exportações do gênero?
Sim. Não se compara o gasto de uma novela mexicana (A Usurpadora, por exemplo, uma das melhores) com O Clone (grande sucesso no exterior). Outro aspecto que facilita a entrada das novelas mexicanas mundo afora é a temática: são mais conservadores. Além disso, o espanhol é a língua universal da telenovela, e, acima de tudo, questões estratégicas. A Televisa tem uma emissora (Univision) em Miami, que é o pólo de distribuição mundial da telenovela. Pela proximidade entre México e Estados Unidos, é mais fácil atingir ao gigantesco público hispânico dos EUA. Compreendo que qualquer emissora que queira ampliar-se na produção de novelas deva ter uma filial em Miami.
O que chamou atenção no evento, em relação a produções de outros países?
A França, que até então era refratária ao gênero (apesar da novela Baila Comigo já ter sido muito bem recebida em 1984) , já está se organizando para produzir novelas. Outra surpresa são as novelas da Coréia do Sul, que estão entrando com muita força no mercado internacional.
Por Cristina Padiglione - O Estado de S.Paulo
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