Do Blog do Noblat:
Existirá exemplo mais convincente de que nunca antes neste país foi possível ascender socialmente de maneira tão vertiginosa?
Boa Vista do Ramos é um pequeno município com 13 mil habitantes plantado no estado do Amazonas a 270 quilômetros de Manaus.
Havia ali um agricultor de nome João Bosco que se elegeu vereador em 2000 pelo PPS.
Quatro anos depois, Bosco tentou se releger, mas ficou como primeiro suplente. Obteve 145 votos, um a menos do que o professor Agenor Miranda Dinelly, também candidato pelo PPS.
Bosco não pediu recontagem de votos. Retomou sua vidinha na roça.
Em agosto do ano passado, Dinelly caiu de uma moto, teve traumatismo craniano e morreu. Bosco assumiu a vaga dele.
Candidato único, foi eleito em seguida presidente da Câmara Municipal. Tornou-se assim o segundo na linha direta de sucessão do prefeito Roberto Carmo Dácio Dias (PT), logo atrás do vice-prefeito João Carlos Matos de Oliveira (PP).
Nada mal, pois não.
Mas eis que no réveillon o vice-prefeito tentou apartar a briga entre um correligionário e um homem conhecido como Cocó - e acabou assassinado.
Bosco passou a substituto direto do prefeito, governando a cidade todas as vezes que ele viajou a Manaus.
No último dia 31 de agosto, o juiz José Renier da Silva Guimarães determinou o afastamento do prefeito do cargo, acusado de improbidade administrativa.
Bosco virou prefeito.
- Acho que é a vontade de Deus. Não mexo com nada de feitiçaria - declarou, humilde.
Quer ser candidato outra vez a vereador nas eleições do próximo ano.
- Não penso na prefeitura, ainda não.
(Com informações do jornal A Crítica, do Amazonas)
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