O Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar do Rio matou 38 pessoas e prendeu outras 45 em 57 operações em favelas neste ano até 15 de outubro. A proporção é de seis pessoas presas enquanto outras cinco são mortas, informa reportagem de Raphael Gomide, publicada na edição deste sábado da Folha de São Paulo.
Segundo dados obtidos com exclusividade pela Folha, o Bope foi responsável por 4% das 961 mortes de civis em suposto confronto com a polícia do Rio. O percentual não é tão superior às estatísticas dos demais 45 batalhões da região metropolitana (2,8%) que enfrentam menos riscos.
Os policiais do Bope atuam principalmente em confrontos em favelas quando a situação foge do controle da PM convencional. O batalhão também tem um grupo de 30 homens em unidade de intervenção tática, para resgate de reféns.
Para o antropólogo Roberto Kant, doutor por Harvard e professor da UFF (Universidade Federal Fluminense), o Bope deve agir em ações específicas que não podem ser transformadas em rotina policial. "Senão sai todo mundo dando tiro", disse o antropólogo à Folha.
A reportagem também informa que o número real de mortos pelo Bope é maior do que o registrado nas estatísticas oficiais, pois os criminosos costumam recolher corpos e armas antes da polícia, o que "minimiza a derrota moral", explicam os policiais.
Da Folha Online
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