O consumidor na corda bamba!

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Posted by Ciro Bezerra | Posted on segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Você é capaz de confiar nos serviços de assistência técnica? Seja o conserto do aparelho de DVD, microondas, televisor, refrigerador, máquina de lavar, ar condicionado, automóvel, entre bens consumos? Pesquisa feita por uma revista especializada na defesa do consumidor identificou uma série de problemas. A grande maioria das lojas/oficinas especializadas foi reprovada. São problemas nos preços e na qualidade do serviço. A desonestidade não é apenas econômica. Identificou-se também fraude técnica. Há casos de um microondas que enviado para a troca de fusível foi devolvido com fios enrolados e até o isolamento de um magnéton, que emite as microondas do aparelho, quebrado. Um absurdo!

Este filme já passou na vida de alguém. Um dia desses fui a um supermercado decidido a trocar os pneus do carro. Final de ano e aproveitar a promoção era inevitável. Após a compra, fui à loja no térreo fazer o balanceamento das rodas e o alinhamento de direção. Pois muito bem: antes de efetuar o serviço, o mecânico entrou por debaixo do veículo e fez uma série de anotações. Cá com meus botões o que ele está querendo aprontar? Retornou e me disse: “Existem várias peças de seu carro que precisam se trocadas de imediato. Posso fazer o orçamento sem compromisso?” Na certa era a senha de um golpe que estava por vir.

Cinco minutos depois o “cara de pau do gerente” voltou e apresentou o orçamento, incluindo a mão-de-obra. Preço: R$ 300,00. Quase cai da cadeira. Tempo para respirar e pensar. Fiz-lhe uma contraproposta com redução de 25% de desconto para a execução do serviço à vista. Ele não topou e até resmungou. Era R$ 300,00 e fim de papo. Resolvi apenas fazer o serviço obrigatório por conta da compra dos pneus. Pesquisei as “peças sugeridas”. Passei quase uma hora no telefone e encontrei disparidades em várias lojas de autopeças. O preço caiu pela metade. O carro tinha problema, no entanto, diferente “daquelas peças” imaginadas. Voltei pra casa indignado para não dizer outra coisa.

É difícil acreditar num serviço de oficina especializada ou alguma coisa parecida. O consumidor nessa situação só pode rezar para que seus aparelhos ou mesmo o carro nunca darem defeito, o que é provavelmente difícil com o “controle de qualidade” de nossos produtos. Caso contrário, ele vai entrar numa roda-vida. Afinal de contas, ele não tem como avaliar a qualidade do serviço, como foi feito pela revista, garantindo os resultados dos testes comparativos. Ele não pode nem mesmo confiar que a entrega das peças substituídas seja prova de boa-fé. Há casos de peças recondicionadas ou chamadas de genéricas que duram em média 90 dias.

As empresas de grandes marcas no mercado consumidor precisam acompanhar e avaliar mais de perto o trabalho de suas oficinas autorizadas. Em outras palavras, as empresas aplicam cursos de capacitação e de requalificação para os funcionários? Existe alguma Associação Brasileira dessas empresas ditas como autorizadas para classificar a qualidade dos serviços -como fazem os hotéis? Na realidade, as autorizadas espelham a qualidade dos produtos de uma determinada marca que, em alguns casos, estão exibindo uma imagem irreal. Outra coisa: os profissionais honestos devem se organizar por um sistema de auto-regulamentação para promover a qualificação e o afastamento de pessoas curiosas, desonestas e sem caráter. Nós consumidores agradecemos. O cuidado deve ser redobrado, exigindo-se recibos de entrega, orçamentos detalhados, notas fiscais discriminadas e, sobretudo, qualidade do serviço. Para finalizar: você costuma receber a peça que foi trocada pela assistência técnica?

Chico Carlos é jornalista

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